O cavalo do circo (1964) (1)Marc Chagall (1920) (2)
Histórias breves de…
Espectáculo Circense
O Espectáculo Circense existe há milhares de anos.
Há cerca de 4.000 anos foram descobertas, na China, umas pinturas rupestres representando figuras de acrobatas e de equilibristas.
Há 2.500 anos foram descobertas figuras de malabaristas nas pirâmides do Egipto.
Diz-se aliás, que a profissão de domador, se ficou a dever aos Faraós que gostavam de mostrar feras deitadas aos pés, com ares pachorrentos e sonolentos. Para tal, os animais teriam primeiro que ser domados.
Mas, há cerca de 1500 anos, na Índia, os números de ”Saltadores” e de “Contorcionistas” sempre fizeram parte dos espectáculos sagrados.
Na Grécia, há pouco mais ou menos 300 anos, as paradas e os números de forças combinadas já faziam parte dos Jogos Olímpicos.
E foi na Grécia que apareceram os primeiros Palhaços.
Existem muitos tipos de Circo: o circo de rua (ou saltimbancos); o circo tradicional; o circo chinês e o circo russo.
A maioria dos Circos tem, nos seus espectáculos, números de animais (dos mais pequenos e dóceis aos maiores e mais bravios).
Há muito boa gente que está contra a exibição de animais nos Circos, o que muito bem se compreende. Devo dizer, no entanto, que os bons e grandes Circos, tratam os animais com respeito e com carinho, lavando-os e alimentando-os convenientemente.
A palavra Circo foi usada pela primeira vez pelo cidadão inglês Charles Hughes, em 1782. Charles Hughes era um jovem cavaleiro que, montando os seus cavalos, os fazia galopar à volta da pista.
A vida circense não é nada fácil; de terra em terra, há necessidade de transportar os materiais e os artistas. Para o efeito cada Circo possui uns quantos camiões e umas quantas roulottes residenciais.
O Circo (propriamente dito) é um edifício construído em redondo tendo, no seu interior, uma pista de actuações e, nos fundos, um espaço rectangular destinado aos artistas, onde estes aguardam a sua vez de actuar.
A Cobertura tem o nome de “chapiteau” e é onde se prendem as “cordas”, os “baloiços” e outros apetrechos.
Há, em todo o mundo, escolas de circo. São famosas as que existem na China e na Rússia. Em Portugal, dirigida por uma mulher (que já actuou como “Mulher-Palhaço”) chamada Tereza Ricou, existe uma escola de circo que tem o nome de Chapitô, com sede na Rua Costa do Castelo, em Lisboa.
Em muitas cidades do mundo foram erguidas salas de espectáculos circenses com o nome de Coliseu.
O mais célebre de todos é, sem sombra de dúvida, o Coliseu de Roma, começado a ser erguido no tempo de Vespasiano. Tinha capacidade para cerca de 100.000 espectadores.
A chegada do circo a uma terra é sempre antecedida pela chegada do Secretário que trata, nos locais, de escolher os terrenos, de contratar a iluminação e de tratar de obter as necessárias licenças junto das Câmaras Municipais depois de obtido o sim das Juntas de Freguesia.
Não é fácil a vida do pessoal dos Circos. Desde a antipatia de muitos moradores locais até à falta de condições de vida e de higiene, não falando da falta de públicos a assistir aos espectáculos, tudo é precário e difícil.
Porem, quem vive a vida circense, tudo suporta com um sorriso nos lábios. Há uma máxima conhecida que diz que o Circo é o maior espectáculo do Mundo. Estamos de acordo! O Circo é, na realidade um grande espectáculo de luz, cor, destreza e ritmo. É, em verdade, um espectáculo de emoção e de vida.
Marc Chagall Zakharovich (1887 - 1985) foi um artista russo-francês. Um dos primeiros modernistas, ele foi associado com vários grandes estilos artísticos e obras criadas em praticamente todos os meios de expressão artística, incluindo pintura, ilustrações de livros, vitrais, cenários, cerâmica, tapeçarias e gravuras.
O crítico de arte Robert Hughes refere Chagall como "a quinta-essência do século XX" (através de Chagall viu o seu trabalho como "não é o sonho de um povo, mas de toda a humanidade"). De acordo com o historiador de arte Michael J. Lewis, Chagall foi considerado "o último sobrevivente da primeira geração de modernistas europeus". Durante décadas, ele "também foi respeitado como o mais proeminente artista judeu do mundo". Usando o meio de vitrais, ele produziu janelas para as Catedrais de Reims e Metz, janelas para a ONU, e janelas para Jerusalém em Israel. Ele também fez pinturas em grande escala, incluindo parte do tecto da Ópera de Paris.
(...) Chagall descreveu seu amor pelas pessoas de circo:
Por que fico tão tocado pelas suas composições e expressões? Com eles eu posso mover-me em direção a novos horizontes... Chaplin procura fazer no cinema o que estou tentando fazer nas minhas pinturas. Ele é talvez o único artista hoje com quem eu poderia estar sem ter que dizer uma única palavra.
(…) E por Jackie Wullschlager como o único pintor (depois de Matisse e Picasso terem falecido) capaz de compreender a cor”, Marc chagall nasceu em 1887 e morreu em 1985 mas as suas obras permanecem em museu e são consideradas obras-primas.
Pierre Choumoff, nasceu em Hrodna, 1872 e faleceu em Lodz, 1936, foi um fotógrafo Franco-russo.
Especializou-se em retratos, com 295 fotografias do notável Auguste Rodin, era então o principal fotógrafo.
Obra
Pierre Choumoff realizou numerosos retratos das celebridades suas contemporâneas, entre elas, Rodin, podemos citar Anatole France, Henri de Régnier, Claude Monet, Gabriel Fauré, (...) entre outros.
Da esquerda para a direita: Cândido Portinari, Antônio Bento, Mário de Andrade e Rodrigo Melo Franco. Palace Hotel, Rio de Janeiro, 1936. Desconhecido - CPDOC-FGV Projeto Portinari/ARFH87.
Cândido Torquato Portinari (Brodowski, 1903 - Rio de Janeiro, 1962) foi um artista plástico brasileiro. Portinari pintou quase cinco mil obras de pequenos esboços e pinturas de proporções padrão, como O Lavrador de Café, até gigantescos murais, como os painéis Guerra e Paz, presenteados à sede da ONU em Nova Iorque em 1956, e que, em dezembro de 2010, graças aos esforços de seu filho, retornaram para exibição no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Portinari é considerado um dos artistas mais prestigiados do Brasil e foi o pintor brasileiro a alcançar maior projeção internacional.
Eduardo de Oliveira Coutinho (São Paulo, 1933 -Rio de Janeiro, 2014) foi um cineasta e jornalista brasileiro. É considerado por muitos como um dos maiores documentaristas da história do cinema do Brasil.
Tinha como marca realizar filmes que privilegiavam as histórias de pessoas comuns. Sua obra-prima é Cabra Marcado para Morrer, que marcou sua carreira como o principal documentarista do Brasil.
Principais reportagens para o Globo Repórter:
1980: Portinari, o Menino de Brodósqui (média-metragem - 50 min.) - sobre Cândido Portinari.
Maria Teresa Madeira Ricou ou Teté, a mulher-palhaço (Praia da Granja, 1946) é uma artista portuguesa ligada às artes circenses.
Biografia
Foi em África que passou a infância e parte da juventude; saíu de casa dos pais aos 16 anos; viveu em Inglaterra e França a partir do final da década de 1960. Nesse período teve inúmeras ocupações e, entre 1971 e 1973, frequentou escolas de arte europeias (Escola de Circo da Hungria, Budapeste; Escola de Mímica Jean Jacques Lecocq, Faculdade de Vincennes). Fez cursos como o de Cinema Cubano e o de Vídeo (este último orientado por Jean Rouche, no Musée de l’Homme, Paris).
Regressou a Portugal depois do 25 de Abril de 1974, tendo trabalhado com Palhaço Luciano (chefe dos Faz-Tudo do Coliseu dos Recreios), e Mariano Franco, o Mestre do Sapateado. Foi funcionária daSecretaria de Estado da Cultura, onde criou o Departamento de Circo (1978).
Ainda na década de 1970 participou em festivais de música, teatro e circo; foi responsável por ações dedinamização cultural e de recuperação de jovens em situação de risco e por espectáculos de intervenção e animação em bairros carenciados, trabalho a que a continuou a dedicar-se na década seguinte. A criação da sua figura da mulher-palhaço Teté data do início da década de 1980.
Foi mentora e diretora do projeto Chapitô, iniciado em 1981 e destinado à promoção da educação e da formação profissional através das artes e dos ofícios do espectáculo, com forte intervenção a nível da integração social e comunitária. Teresa Ricou foi depois a grande impulsionadora da criação, pelo Chapitô, da Escola Profissional de Artes e Ofícios do Espectáculo (1991).
Em 1998 foi-lhe atribuído o Prix de L’Initiative da Fondation du Crédit Coopératif e, em 2005, o Silver Rose Solidarity Award.
O Chapitô é uma organização não governamental situada na Costa do Castelo em Lisboa num espaço pluridisciplinar onde se desenvolvem actividades em três áreas distintas em permanente articulação: apoio social, formação e cultura.
Como associação cultural sem fins lucrativos, ONG e Instituição Particular de Solidariedade Social, com estatuto de Superior Interesse Social e Manifesto Interesse Cultural, tem como matriz a intervenção e integração social através das artes.
Em 2008 apresentou uma candidatura ao Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (MFEEE) com o projecto "Arte de Viver", com o objectivo de divulgar a cidadania.
Em 2009 foi o vencedor do Prémio Gulbenkian Beneficência 2009, sendo reconhecido o mérito do esforço desenvolvido com vista à reinserção social e capacitação profissional, essencialmente orientada para os jovens.
Litografia colorida de Joseph Felon (1818-1896) no Roteiro do antigo Museu de folclore alemão, e hoje Museu das Culturas Europeias exploradasde Berlim, da autoria de Christa Pieske (p.15). Em Keyser, Munique, em 1988, ISBN 3-87405-188-9.
Christa Pieske, nascida Burgemeister (1919, Stettin – 2010, Lübeck) foi uma alemã estudiosa independente, folclorista, historiadora de arte e autora. Tratava-se particularmente com gráficos mais populares e papel graficamente concebido.
(...) Pieske fez uma extensa pesquisa na Cultura Regional do Norte da Alemanha que publica em 1997, num livro bem conhecido sobre Lübecker Marzipan.
Marzipan é uma das UE indicações de Geográfica Protegida (IGP) para marzipan do norte da Alemanha, cidade de Luebeck e municípios vizinhos de Bad Schwartau e Stockelsdorf. O facto de o fabricante de maçapão por Compromisso ter certos princípios de qualidade (pelo menos 70% de massa de amêndoa, mais de 30 % de açúcar) é relevante para a protecção do termo.
Indicação Geográfica Protegida (IGP) é uma classificação ou certificação oficial regulamentada pela União Europeia atribuída a produtos gastronómicos ou agrícolas tradicionalmente produzidos numa região.
Essa classificação garante que os produtos foram produzidos na região que tornou conhecidos e cujas características, qualidade e modos de confecção estejam de acordo com as tradições que os fizeram famosos.
No livro “O Vitral em Paris no século XIX” de Élisabeth PilletLe. (Corpus Vitrearum France - Études IX) Edição da Universidade de Rennes, Rennes 2010, p. 308, ISBN 978-2-7535-0945-0. Digitalização de Reinhardhauke.
Joseph Félon, nasceu em Bordéus (Gironde) em 1818, e morreu em Antibes Juan-les-Pins (Alpes-Maritimes) a 1897, foi um importante pintor, litógrafo, escultor e ceramista francês.
(...) Actualmente, as suas obras encontram-se em diversos Museus de Belas Artes, tais como: como no Museu de Belas Artes de Angers, no Museu de Réattu, no Museu de Arlaten, no Museu de Calvet ou no Museu Fabre de Montpellier, assim como em Paris no Museu do Louvre e no Museu de Carnavalet.
Arthur Hughes (1832 - 1915) foi um pintor Inglês e ilustrador associado à Irmandade Pré-Rafaelita.
Biografia
Hughes nasceu em Londres. Em 1846, entrou na escola de arte na Somerset House, o sendo seu primeiro mestre foi Alfred Stevens, e mais tarde entrou na Royal Academy. Aqui conheceu John Everett Millais e Holman Hunt, e tornou-se um dos pintores do grupo pré-rafaelita. A sua primeira pintura, Musidora, foi pendurada na Royal Academy quando ele tinha apenas 17 anos, e desde então contribuiu quase que anualmente, não só para a Royal Academy, mas mais tarde também em exposições nas Grosvenor Gallery e New Gallery (Londres).
País é uma região geográfica considerada o território físico de um Estado soberano, ou de uma menor ou antiga divisão política dentro de uma região geográfica. Geralmente, mas nem sempre, um país coincide com um território soberano e está associado a um Estado, nação ou governo. Comumente, o termo é usado para se referir tanto para nações quanto para Estados, com diferentes definições. O termo também é usado para se referir a outras entidades políticas, enquanto que em algumas ocasiões só se refere aos Estados. Não é incomum informações gerais ou publicações estatísticas adotarem a definição mais ampla do termo para fins de ilustração e comparação.
Algumas entidades geográficas ou linguísticas, que anteriormente eram Estados soberanos, são geralmente consideradas e referidas ainda como países, como é o caso da Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales - no Reino Unido (ver: Países do Reino Unido). Em França no caso do antigo País de Oc, do ainda actual País de Gex, ou do caso hispano-francês do País Basco.
Historicamente, os países da antiga União Soviética e Iugoslávia eram independentes. Ex-Estados, como a Baviera (hoje parte da Alemanha) e Piemonte (agora parte da Itália) não seriam normalmente referidos como "países" atualmente.
Etimologia
Patriarcado é uma palavra derivada do grego pater, e se refere a um território ou jurisdição governado por um patriarca; de onde a palavra pátria. Pátria relaciona-se ao conceito de país, do italiano paese, por sua vez originário do latim pagus, aldeia, donde também vem pagão. País, pátria, patriarcado e pagão tem a mesma raiz.
Movimento estético: Academicismo brasileiro; realismo
José Ferraz de Almeida Júnior (Itu, 1850 - Piracicaba, 1899), foi um pintor e desenhista brasileiro da segunda metade do século XIX. É frequentemente aclamado pela biografia como precursor da abordagem de temática regionalista, introduzindo assuntos até então inéditos na produção académica brasileira: o amplodestaque conferido a personagens simples e anónimos e a fidedignidade com que retratou a cultura caipira, suprimindo a monumentalidade em voga no ensino artístico oficial em favor de um naturalismo.
Foi certamente o pintor que melhor assimilou o legado do Realismo de Gustave Courbet e de Jean-François Millet, articulando-os ao compromisso da ideologia dos salons parisienses e estabelecendo uma ponte entre o verismo intimista e a rigidez formal do academicismo, característica essa que o tornou bastante célebre ainda em vida. De forma semelhante, sua biografia é até hoje objeto de estudo, sendo de especial interesse as histórias e lendas relativas às circunstâncias que levaram ao seu assassinato: Almeida Júnior morreu apunhalado, vítima de um crime passional.
O Dia do Artista Plástico brasileiro é comemorado a 8 de maio, data de nascimento do pintor.
A emigração é o ato e o fenómeno espontâneo de deixar o seu local de residência para se estabelecer numa outra região ou nação. Trata-se do mesmo fenómeno da imigração mas visto da perspectiva do lugar de origem. A emigração é a saída de nosso País. Convenciona-se chamar os movimentos humanos anteriores ao advento dos Estados nacionais e, consequentemente, do surgimento das fronteiras de migração. O termo emigração também é costumeiramente utilizado para designar os fluxos de população dentro de um mesmo País.
As razões que levam uma pessoa ou grupo a emigrar são muitas, como as condições políticas desfavoráveis, a precária situação económica, perseguições religiosas ou guerras. Há outras razões de cunho individual, como a mudança para o país do cônjuge estrangeiro após o casamento ou ir para um país de clima mais ameno após a aposentadoria.
José Vital Branco Malhoa (Caldas da Rainha, 1855 – Figueiró dos Vinhos, 1933) foi um pintor, desenhista e professor português.
Biografia
José Vital Branco Malhoa nasceu em Caldas da Rainha, na Região do Centro de Portugal, em 28 de abril de 1855. Com apenas 12 anos entrou para a escola da Real Academia de Belas-Artes de Lisboa. Em todos os anos ganhou o primeiro prémio, devido às suas enormes faculdades e qualidade artísticas.
Realizou inúmeras exposições, tanto em Portugal como no estrangeiro, designadamente em Madrid, Paris e Rio de Janeiro. Foi pioneiro do Naturalismo em Portugal, tendo integrado o Grupo do Leão. Destacou-se também por ser um dos pintores portugueses que mais se aproximou da corrente artística Impressionista. Foi o primeiro presidente da Sociedade Nacional de Belas Artes e foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.
Em 1933, ano da sua morte, foi criado o Museu de José Malhoa nas Caldas da Rainha. Teve colaboração artística na revista Atlântida(1915-1920).
Foi sepultado no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.
Algumas obras
O Ateliê do Artista (1893/4)
Os Bêbados (1907)
O Fado (1910)
Praia das Maçãs (1918)
Clara (1918)
Primavera (1918)
Conversa com o Vizinho (1932)
Leilão
O quadro a óleo "Na horta" foi vendido em 31 de maio de 2016, por 40 mil euros, num leilão de artes e antiguidades em Lisboa.
O Museu de José Malhoa mostra o maior núcleo reunido de obras do seu patrono e uma importante coleção de pintura e de escultura dos séculos XIX e XX, revelando-se a quem o visita como o museu do Naturalismo Português.
Completam as colecções uma Secção de Cerâmica das Caldas - articulada em torno da importância de que se revestiu a actuação de Rafael Bordalo Pinheiro, também ele membro do "Grupo do Leão", para a faiança local e do conjunto único das 60 esculturas de terracota da “Paixão de Cristo” -, o núcleo de Escultura ao Ar Livre e uma Biblioteca de Arte com um acervo de mais de 5.000 espécies.
O Museu de José Malhoa localiza-se no Parque D. Carlos I, na cidade de Caldas da Rainha, Distrito de Leiria, em Portugal. O seu nome é uma homenagem ao pintor português José Malhoa.
História
1926 - 1960
Este espaço foi inicialmente idealizado pelo escritor António Montês, com o objectivo de aproximar o pintor José Malhoa da sua terra natal, Caldas da Rainha.
Em 1926, o artista ofereceu uma das suas obras, o óleo "Rainha D. Leonor", à cidade; no ano seguinte, institui-se a “Liga dos Amigos do Museu José Malhoa”, para o qual o artista iria doar mais obras em 1932.
A 17 de Junho de 1933, um despacho ministerial confirma um parecer favorável do Conselho Superior de Belas Artes, autorizando a criação do “Museu José Malhoa”. O Museu seria, então, inaugurado a 28 de Abril de 1934, dia do aniversário de José Malhoa, que havia falecido a 26 de Outubro do ano anterior; o Museu foi, provisoriamente, instalado na “Casa dos Barcos”, no Parque D. Carlos I, um edifício cedido pelo Hospital Termal, abrindo anualmente ao público entre 28 de Abril e 26 de Outubro.
O projecto definitivo, dos arquitectos Paulino Montês (1897-1962) e Eugénio Correia (1897-1985), é concluído em 1937. A 11 de Agosto de 1940, dá-se a inauguração do edifício, no âmbito dos festejos provinciais dos Centenários da Fundação e da Restauração de Portugal, sendo entregue, com todas as colecções, à Junta de Província da Estremadura; o nome da instituição foi, assim, alterado para "Museu Provincial de José Malhoa".
Em 1960, a Junta de Província da Estremadura foi extinta, sendo a gestão do Museu passado a ser assegurada pela Direcção-Geral do Ensino Superior e das Belas Artes, divisão do Ministério da Educação Nacional; a instituição passa a designar-se "Museu de José Malhoa".
1960 - actualidade
Em 1962, é organizado o Serviço Educativo e, em 1964, é exposta a colecção de cerâmica, num espaço denominado de "Museu de Cerâmica".
Em 1977, no âmbito das celebrações do Cinquentenário da Elevação das Caldas da Rainha a Cidade, é organizado o evento “Expo Caldas-77 – Retrospectiva de Cerâmica”.
Em 1983, realiza-se, no Museu, uma exposição antológica, para assinalar o Cinquentenário da Morte de José Malhoa.
Em 1992, a colecção de António Montês é legada ao Museu, segundo o testamento da sua viúva, Júlia Paramos Montês; em 1996, esta colecção seria apresentada ao público na exposição "António Montês – Museu de José Malhoa", no centenário do nascimento do fundador da instituição.
Em 2005, o Museu assinalou os 150 Anos do Nascimento de José Malhoa e Centenário da Morte de Rafael Bordalo Pinheiro com a exposição “Malhoa e Bordalo: confluências duma geração”, entre outros eventos.
Em 2007, a denominação da instituição é de novo alterada, para "Museu José Malhoa", de acordo com as orientações do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado.
O edifício do Museu José Malhoa sofreu, entre Setembro de 2006 e Dezembro de 2008, diversas obras de remodelação e de requalificação; um núcleo provisório foi, então, estabelecido no Museu do Ciclismo. O Museu reabriu em 19 de Dezembro, com uma nova apresentação das colecções e várias melhorias no acolhimento aos visitantes.
Acervo do Museu
O Museu reúne colecções de pintura, escultura, medalhística, desenho e cerâmica dos séculos XIX e XX.
O acervo do Museu de José Malhoa é composto por obras dos seguintes artistas:
A Apresentação da Virgem Maria (no ocidente) ou A Entrada da Mais Sagrada Thetokos no Templo (no oriente) são nomes de uma festa litúrgica celebrada pela Igreja Católica, inclusive as de tradição oriental, e pela Igreja Ortodoxa.
Ticiano Vecellio ou Vecelli (em italiano: Tiziano Vecellio; Pieve di Cadore, ca. 1473/1490 — Veneza, 27 de agosto de 1576) foi um dos principais representantes da escola veneziana no Renascimento antecipando diversas características do Barroco e até do Modernismo. Ele também é conhecido como Tizian Vecellio De Gregorio, Tiziano, Titian ou ainda como Titien.
Reconhecido pelos seus contemporâneos como "o sol entre as estrelas", Ticiano foi um dos mais versáteis pintores italianos, igualmente bom em retratos ou paisagens, temas mitológicos ou religiosos.
Se tivesse morrido cedo, teria sido conhecido como um dos mais influentes artistas do seu tempo, mas como viveu quase um século, mudando tão drasticamente seu modo de pintar, vários críticos demoram a acreditar se tratar do mesmo artista. O que une as duas partes de sua obra é seu profundo interesse pela cor, sua modulação policromática é sem precedentes na arte ocidental.
A Vida da Virgem é o nome dado a um tema bastante comum na arte cristã, principalmente em grandes ciclos composto por várias cenas contando a vida de Maria, a mãe de Jesus, chamada de Virgem Maria. Ele aparece geralmente como complemento aos ciclos da Vida de Cristo. Em ambos, o número de cenas varia enormemente de acordo com o espaço disponível para o artista. As obras aparecem nos mais diversos meios: afrescos em paredes de igrejas e séries de pinturas pelos grandes mestres são os mais completos, mas são importantes as versões em painéis, vitrais, manuscritos iluminados, esculturas em pedra e entalhes em marfim.
História
A representação das cenas da Vida da Virgem remonta aos primeiros anos da arte cristã; uma cena na igreja de Dura Europos, de por volta de 250, tem sido interpretada como uma procissão de virgens acompanhando Maria até o Templo. Os primeiros ciclos tendiam a incluir mais cenas e detalhes obtidos nos evangelhos apócrifos, incluindo a história dos pais de Maria, São Joaquim e Santa Ana, antes de seu nascimento. A influência destas histórias jamais desapareceu completamente, em parte por que os evangelhos canônicos dão poucos detalhes sobre a vida de Maria antes e depois dos anos próximos ao nascimento de Jesus. No ocidente, o Evangelho de Pseudo-Mateus era a principal fonte; versões um pouco diferentes, todas igualmente derivadas do Protoevangelho de Tiago, eram as preferidas no oriente.
Ciclos com a Vida de Maria eram menos frequentes no ocidente do que no oriente até o período gótico. O ciclo do Nascimento no tímpano da porta direita da Catedral de Chartres é o mais antigo ciclo monumental ocidental a aparecer sob uma grande "Virgem Entronada com o Menino". Estes ciclos continuaram a aparecer em posições proeminentes, gradualmente ficando menos comuns que as cenas da Paixão de Cristo. A evolução durante o século XIII dos livros de horas iluminados providenciou outro meio para a representação dos ciclos, assim como o gradual desenvolvimento de peças de altar mais sofisticadas para a Capela da Senhora ou, pelo menos, para um altar lateral, que todas as grandes igrejas tinham.
Com a chegada dos mestres da gravura, séries sobre a "Vida" eram populares e estavam geralmente entre os mais ambiciosos trabalhos dos artistas. A "Morte da Virgem" de Martin Schongauer foi uma de suas obras mais influentes, adaptada para a pintura por uma série de artistas na Alemanha e em outros países. Schongauer aparentemente planejou uma grande série, mas apenas quatro cenas foram produzidas (entre 1470 e 1475). A série de 12 cenas de Israhel van Meckenem (ca. 1490-1500) e a de Francesco Rosselli, que se inspirou nos Mistérios do Rosário, foram os dois exemplos mais importantes do século XV. Dürer eclipsou em grande medida a partir do início do século XVI com seu ciclo, sendo que a sua "Morte da Virgem" (1510), seguia essencialmente a composição de Schongauer.
Com o declínio dos manuscritos iluminados e o advento de grandes pinturas e a pintura de altares de tema único, os ciclos perderam importância na arte, com exceção da arte impressa, mas os ciclos pintados de maneira nenhuma desapareceram por completo. Um ciclo com 16 grandes pinturas de Luca Giordano de por volta de 1688 decorava o quarto da rainha da Espanha em Madrid no século XVIII e muitos ciclos foram pintados para catedrais e outros grandes edifícios. Após os decretos do Concílio de Trento, em 1563, muitas das cenas apócrifas e outras invenções do período medieval tardio (como o Desmaio da Virgem), foram atacados por escritores como Molanus e o cardeal Federigo Borromeo.
Joan Antigó, também conhecido como maestro de Bañolas, foi um pintor ativo em Catalunhana primeira metade do séc.XV. Provavelmente era estrangeiro e as suas obras são marcadas pelo carácter italiano.
O Santo Rosário é uma prática religiosa de devoção mariana muito difundida entre os católicos romanos, que o rezam tanto pública quanto individualmente. Consiste na recitação seriada de orações com o auxílio de uma corrente com contas ou nós, que recebe o mesmo nome. O rosário também compreende a contemplação de determinadas passagens da vida de Jesus e de sua mãe Maria que, segundo a doutrina da Igreja Católica, são de especial relevância para a história da salvação e que recebem o nome de "mistérios".
O rosário é tradicionalmente dividido em três partes iguais, com cinquenta contas cada e que, por corresponderem à terça parte, foram chamadas terço. Cada terço compreende um conjunto especial de cinco mistérios: os gozosos, os dolorosos ou os gloriosos. O papa João Paulo II, por meio da carta apostólica Rosarium Virginis Mariae, de 16 de outubro de 2002, sugeriu uma nova série de mistérios, os chamados mistérios luminosos. Essa nova série de mistérios disponíveis para contemplação não alterou o formato do Rosário, que continua sendo de 150 Ave Marias, ou três Terços de 50 Ave Marias com os 3 mistérios: Gozosos, Dolorosos e Gloriosos.
Origem
A oração do Santo Rosário surge aproximadamente no ano 800 à sombra dos mosteiros, como "Saltério" dos leigos. Dado que os monges rezavam os salmos (150), os leigos, que em sua maioria não sabiam ler, aprenderam a rezar 150 Pai-Nossos. Com o passar do tempo, se formaram outros três saltérios com 150 Ave-Marias, 150 louvores em honra a Jesus e 150 louvores em honra a Maria.
Segundo uma tradição, a Igreja católica recebeu o Rosário em sua forma atual com 150 Ave-Marias para meditar a vida (gozosos), paixão (dolorosos) e glória (gloriosos) de Jesus e Maria, mas ainda não estabelecido a divisão dos mistérios, em 1206 quando a Virgem Maria apareceu a São Domingos Gusmão e o entregou como uma arma poderosa para a conversão dos hereges e outros pecadores daquele tempo. Desde então sua devoção se propagou rapidamente em todo o mundo, acompanhado de incríveis e milagrosos episódios. O simbolismo das 150 Ave-Marias e dos três mistérios é evidente.
(...) A palavra Rosário significa 'Coroa de Rosas'. É uma antiga devoção católica que a Virgem Maria revelou que cada vez que se reza uma Ave Maria lhe é entregue uma rosa e por cada Rosário completo lhe é entregue uma coroa de rosas. A rosa é a rainha das flores, sendo assim o Rosário de todas as devoções é, portanto, tido como sendo a mais importante.
Em quase todas as Suas Aparições, Maria Santíssima exibiu e estimulou a devoção do Rosário; numa delas chegou mesmo a oferecê-lo a uma jovem leiteira (Aparições de Argoncilhe,Portugal)
Os mistérios do rosário
O Rosário da Virgem Maria é composto por três mistérios com 150 Ave-Marias para meditar a vida (gozosos), morte (dolorosos) e glória (gloriosos) de Jesus Cristo e de Maria. Deve ser rezado na ordem Gozosos -> Dolorosos -> Gloriosos.
Forma de rezar o Santo Rosário de Nossa Senhora
O terço (no sentido de objeto usado para contar as orações) é formado por contas grandes e pequenas. Após cada dezena de contas pequenas, há uma grande, e assim, cinco dezenas. O fio no qual ficam as contas dá uma volta, ficando a quinta junto à primeira dezena, preparando para iniciar um novo terço. Antes da contemplação dos mistérios, há uma parte inicial constituído por duas contas grandes, três pequenas e um crucifixo. Existem algumas variações nas formas de se rezar o terço, de acordo com as devoções religiosas, mas em geral se faz da forma seguinte:
Segurando a cruz, se faz o "Sinal da Cruz" e reza-se o Credo.
Reza-se um Pai-Nosso e três Ave-Marias, seguido do Glória. Depois do Glória pode ser acrescentado algumas jaculatórias.
Nas contas grandes, começam-se os mistérios com o Pai-Nosso.
Nas contas pequenas, rezam-se as Ave-Marias.
Ao final de cada dezena reza-se o Glória.
Erros comuns
São Luís Maria Grignion de Montfort coloca os 2 erros mais comuns dos que rezam o Santo Rosário ou parte dele:
O primeiro erro é não formular nenhuma intenção (é necessário estar em estado de graça para formular intenção para outros), de sorte que se lhe perguntais porque estão rezando, não vos saberiam responder. Tende, pois, sempre em vista, ao rezar o Rosário, alguma graça a pedir, alguma virtude a imitar ou algum pecado a evitar.
O segundo erro que se comete frequentemente é não ter em vista, ao começar o Rosário, outra coisa senão acabá-lo o quanto antes.
São Luís diz que "É uma pena ver como a maior parte das pessoas rezam o Rosário. Rezam-no com uma precipitação espantosa, devoram até a maior parte das palavras. Não se cumprimentaria desse modo ridículo ao último dos homens, e no entanto se imagina que Jesus e Maria se sentem honrados com isso! ..."
A cena representa uma sala de estar, mobilada com certo gosto.
Nas paredes pendem retratos de Jesus Cristo e na mesa pode ver-se uma Bíblia.
Carlos está sentado num sofá, fumando cigarro após cigarro.
Clara está sentada, ao centro, com os braços estendidos por sobre uma mesinha.
Eduarda está de pé, junto da filha, tentando acaricia-la.
Em cima da mesa estão diversos livros evangélicos.
D.Eduarda - Tem calma, minha filha…
Clara - Tanta demora… Tanta demora…
D. Eduarda - Tem paciência… Serena os teus nervos… Estas coisas são
assim… Precisam do seu tempo…
Clara - Eu sei, mãe, eu sei… Mas esta espera mortifica-me!
D. Eduarda - Eu compreendo-te, querida… Compreendo a tua ânsia! Passei por
transes iguais em muitas fases da tua vida… Tu deste-me muitos
cuidados… Para te criar sofri muitas horas de amargura… Foram
momentos dolorosos que me dilaceravam a carne!...
Clara - Mas eu não posso esperar… Sinto que vou perder o meu
filho!... Sinto que deixarei de o ter de novo nos
meus braços… Apertando-me o pescoço… Beijando-me com os
seus beijos quentes e meigos… Sinto que o vou perder… Sinto
que o vou perder…
D. Eduarda - Tem esperança… Tem calma… Tem fé em Deus… Muitas vezes
eu não tinha mais nada do que a minha fé…
Clara - É o que me resta também… Resta-me a fé e uma dor aguda no
coração…
D. Eduarda - Tem calma…
Clara - Tem calma… Como se eu a pudesse ter, num momento como
este, em que os meus sentidos se entrechocam indecisos, numa
ânsia que me fere e que me mata!...
D. Eduarda - A dor que te fere o peito, a ânsia que te faz sofrer, também
me aniquilam, crê ! O amor que nutro por aquele inocentinho é igual
ao teu amor… Mas eu entreguei-me à Divina Providência… Confio em
Deus com toda a força da minha alma… Só te peço resignação…
Resignação e confiança ilimitada na vontade do Senhor!
Preparemo-nos para o pior… E confiemos… Confiemos na intervenção
Divina…
Clara - Eu não posso suportar a ideia de que o meu filhinho…
(Chora compulsivamente)
D. Eduarda - (Chorando também) Minha filha… Vamos… Vamos pedir ao Senhor
para que ELE se digne iluminar o médico com a misericórdia da Sua
Luz… (Vão até aos livros).
Clara - (Encanto caminha) Que tormento… Que tormento o meu!...
D. Eduarda - É uma angústia que nos dilacera a alma…
Clara - … E nos mortifica a carne!... É um pesadelo que nos absorve o
ser, e se apodera de nós, e nos agarra, e nos mata...
(Ajoelhando-se) Meu Deus! Salva o meu filho que é tão
pequenino… Que é toda a minha vida… Salva-o, Senhor!
Dá-mo para os meus braços… Nesta minha oração não peço
mais do que a vida do meu filho.
(Pela porta do quarto do Menino sai uma Criada.
Clara, ao vê-la, pergunta-lhe ansiosamente:)
Clara - O meu filho?... Como está o meu filho?...
Criada - Sossegue, menina, o nosso menino há-de salvar-se…
O médico está confiante… A enfermeira disse-mo… Tenha
esperança… (Retira-se para o lado oposto).
Clara - Meu Deus, Meu Deus!... Virgem Maria… Tu, que sofreste pelo
Teu Filho… Tu, que choraste lágrimas de dor sentida…
Compreendes a minha dor de mãe… Compreendes o que me vai no
peito… Compreendes como ninguém (Chora soluçante) … Vela pelo
meu filho, vela pelo meu filho!...
(A Criada atravessa a cena levando na mão uma
cafeteira que se adivinha levar água quente)
D. Eduarda - (Em pranto convulsivo) Pai nosso que estás no Céus…
(A Criada sai novamente do quarto do menino e
desaparece pela porta oposta reaparecendo
logo após trazendo nas mãos toalhas brancas,
algodão e uma garrafa de água oxigenada)
D. Eduarda - (Como que finalizando a começada oração:) … Agora e na hora da
nossa morte. Amen! (Olhando para o genro, que não parou
um instante de fumar, diz:) Carlos… Acompanha-nos nas nossas
orações…
Clara - (Levanta-se e vai até ao marido) Anda, Carlos… Põe as tuas
ideias de parte e vem connosco pedir a Deus que salve o nosso
filho… (Silêncio) Tu não ouves, Carlos?
Carlos - Não… Peço-te… Reza tu… Reza tu porque eu não posso!...
Clara - É o nosso filho, Carlos!...
Carlos - Reza tu… Reza tu se tens fé… A minha fé está ali, no médico…
Clara - Por piedade, Carlos…
D. Eduarda - (Quási simultaneamente) Perdoa-lhe, Senhor! (Dirigindo-se ao
genro) Que o Altíssimo não nos castigue pela tua heresia!...
Carlos - Descansem… Não castiga…
D. Eduarda - Cala-te! As tuas ideias são ervas daninhas que não encontram
aqui terreno propício… És muito bom rapaz… Considero-te como
um filho… Mas por caridade, Carlos, este não é o momento melhor
para nos falares assim…
Carlos - Concordo, mãe… Mas deve concordar também que não fui eu
quem começou esta conversa desagradável!... (Levanta-se)
Pediram-me para rezar… Pediram-me para ir contra os
meus princípios… (Depois de breve silêncio:) Não pensam,
decerto, que o meu coração não está, neste momento, tão
despedaçado como o vosso… É a vida do meu filho que está em
jogo… Numa última tentativa de golpear o Destino chamámos
o médico… Ele ali está… É nele, mãe, é nele que está toda a
minha esperança… Toda a minha fé… Não em Deus…
Porque esse, foi o primeiro a ferir-nos…
D. Eduarda - (Acarinhando-o) O que é isso, meu filho… Tu não estás em ti…
Carlos - Estou, sim! Tão em mim estou que me sinto revoltado contra esse
vosso deus que tanto vos castiga mas Vocês adoram… (Com
brutalidade) Deus… Existe Deus?...
Clara - Perdoa-lhe, Senhor, porque ele não sabe o que diz!...
D. Eduarda - Não tenhas dúvida, meu filho… Deus Existe! Em tudo o que nos rodeia
sentimos o Seu Halo!... A sua força… A sua presença… Tudo o que de
belo vivemos é obra do Senhor… O ar que respiramos… A água que
bebemos… O perfume das flores… O volitar das aves…
Os sorrisos das crianças… Tudo… Tudo é por vontade de Deus!
A própria vida, com os seus mistérios, está impregnada de Deus…
A alegria e a dor são manifestações Divinas… Deus existe…
Deus existe, sim!
Carlos - Existe? É Omnipotente? Então porque consente carnificinas?
Porque consente esse vosso deus que no mundo haja tanta
maldade, tanto ódio? Deus existe? Se existe porque permite que
os homens não se conheçam como irmãos mas sim como feras
enraivadas? Porque consente tanta miséria, tanto luto, tanta dor?
D. Eduarda - A dor é necessária! Sem dor… As nossas existências seriam
doces demais… Para que merecêssemos o prémio da Sua
Bondade!... Sem sofrimento, sem dores físicas e morais, sem lutos
e sem lágrimas… A vida não teria finalidade… Seria monótona…
Sempre igual… Tem que haver bom e mau… Alegria e tristeza… Pão
e fome… Só assim os espíritos dos eleitos podem triunfar… Que a ira
do Senhor não caia no inocentinho que sofre!...
Carlos - A vossa fé em Deus é igual à minha fé no destino… No que tem
que ser… Descansai… Se o vosso Deus é o Justo e o Omnipotente
a sua ira não se manifestará no meu filho que luta contra a
morte!... Não tenham medo… Deus não existe e a vossa fé não é
mais do que medo… Medo do desconhecido… Tanta fé e tanto
receio ao mesmo tempo… Porque receais que o vosso Deus nos
castigue? Porque receais se é nele que está a vossa esperança?
Não é ele justo? E vós não o amais? E se é justo quererá fazer sofrer
quem tanto o ama?
Clara - Diga-lhe que se cale, mãe… Eu enlouqueço…
Carlos - Felizmente que eu pus a razão acima do meu coração! Eis porque
estou calmo… Eis porque confio mais na ciência daquele que ali
dentro está lutando contra a morte que ronda o corpo frágil do
meu filho… Não! Deus não existe… Se existisse não quereria ver
um inocente pagar por crimes que não cometeu! Que mal fez o meu
filho? Que mandamento infringiu ele? Matou? Roubou? Desejou a
mulher do próximo?
Clara - (Revoltada) Pela vida do nosso filho peço-te que te cales…
Carlos - Pois é pela vida do nosso filho que eu tenho de falar de toda a revolta
que sinto dentro do peito… Uma revolta que me abrasa… E me
atormenta… E me faz sofrer…
Clara - Deus, Deus, não o ouças… Peço-te, Senhor, que não o ouças…
Ele perdeu a razão… As suas blasfémias não são contra Ti…
São filhas do seu desespero…
Carlos - Não! Eu estou absolutamente senhor da minha razão!
Clara - Meu Deus!
Carlos - Meu medo, queres dizer…
Clara - Por piedade… Não quero ouvir-te mais…
Carlos - Não queres ouvir o que é lógico e sensato… Esse Deus a que
vocês se Entregaram mas a que eu nego existência, não
é o justo, o Omnipotente… Se ele existe pergunta-lhe porque
nos mortifica tanto… Só encontrarás, como resposta, o eco da tua
ilusão!
D. Eduarda - Que a tua blasfémia não caia sobre nós…
Clara - (Junto à imagem de Jesus) Pai Nosso, que estais nos Céus…
Ó Deus Misericordioso… Que a Tua Infinita Bondade desça até
esta casa… E perdoa… Perdoa tudo quanto aqui se disse…
Perdoa-lhe com a Tua Infinita Piedade porque ele enlouqueceu!...
Carlos - Não enlouqueci, não! Vejo claro ao olhar o que me rodeia…
Fome… Peste… Luto… Guerras… Mulheres sem marido… Filhos
sem pais… Pais sem filhos… (Aqui, por ser o seu caso e para
que o seu egoísmo se revele, dá outra inflexão à voz.)
Porquê? Maldito… Maldito seja o vosso Deus!
(Isto dizendo corre para a imagem de Jesus e tenta destruí-la,
no que é impedido por Clara e por D. Eduarda que coloca a
imagem no lugar onde estava. Carlos desloca-se para o lado
oposto, para perto do seu sofá. Clara toma também lugar perto
de si. Clara toma também lugar perto de si. Carlos está
visivelmente perturbado e dá mostras de que se arrependeu em
parte do acto que ia cometer.)
Médico - (Entrando a libertar-se da máscara que traz no rosto)
Está salvo o menino… Foi Deus… Foi Deus que esteve à minha
beira… (Ditas estas palavras Carlos deixa-se cair no sofá. Clara
corre para a porta do quarto onde está o filho, dizendo:)
Clara - Salvo, o meu filho… (Pausa) Anda, Carlos… Anda ver o nosso
menino…
(Carlos não se mexe… Vê-se que pretende falar
mas da sua boca saem apenas débeis esgares.
O médico adivinha o acontecido e aproxima-se
começando imediatamente a examiná-la.
Clara, como louca, corre para junto do marido
e diz:)
Clara - Carlos… O nosso filho está salvo…
(Carlos tenta erguer-se. Não pode. Clara corre
para a imagem de Jesus)
Clara - Meu Deus, Meu Deus! Para que o castigaste? Se me deste o meu
filho porque me tiras agora o meu marido? Ele delirava…
Ele mentia… Porque me castigas assim, Deus do Céu?...
(Clara corre para junto do marido)
Clara - Carlos, meu querido Carlos… Porque duvidaste do Seu poder?
Porque duvidaste, Carlos… (Com ternura e lágrimas na voz)
Anda, Carlos… Anda ver o nosso menino… (Ampara-o. O médico e
D. Eduarda ajudam. Carlos, ainda e sempre aos esgares,
deixa-se arrastar, com os olhos postosna imagem de Jesus.)
(Repentinamente Carlos estremece. Recuperou
os movimentos perdidos. Largam-no a medo.
O médico afasta-se para o lado. Onde se
encontram, Clara e D. Eduarda ajoelham assim
como a Criada, que entrou entretanto. Carlos
ensaia um passo. Neste momento ouve-se a
“Ave-Maria”, de Schubert. Carlos continua a
a caminhar lentamente, a medo. Uma vez
chegado junto da imagem de Jesus põe as
mãos em oração. A melodia vai morrendo.
Emocionado, Carlos diz:)
Carlos - Perdoa-me… (Deixa-se cair de joelhos e finaliza:) … Senhor!
PANO, MUITO LENTO
FIM
Lisboa, 12 de Março de 1960
A peça de teatro “Blasfémia” foi levada à cena pelo Grupo de Teatro Almeida Garrett por mais de uma centena de vezes, em diversas localidades do nosso País.
Pai Nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso Nome, venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do Mal.
Francisco Augusto Metrass (Lisboa, 1825 - Madeira, 1861) foi um pintor português da época romântica.
Biografia
Filho de uma família abastada de origem alemã, que se dedicava ao comércio de importação. Os seus primeiros estudos foram feitos na Academia das Belas Artes de Lisboa como aluno voluntário, para onde entrou em 1836, tendo como mestres Joaquim Rafael e António Manuel da Fonseca e como colegas Anunciação, Cristino e Manuel Maria Bordalo Pinheiro.
Estudou também em Roma a partir de 1844, com os pintores de origem alemã do Grupo dos Nazarenos Overbeck e Cornelius e tendo tido como companheiro de estudos outro artista português, Francisco Pereira Meneses.
De volta a Portugal, deixou a pintura de retrato e começou a dedicar-se à pintura histórica. Como a sua obra não era muito apreciada, tendo mesmo vendido toda a sua obra a um corretor de leilões, foi para França, tendo regressado novamente em 1853 com a sua técnica mais aperfeiçoada (estudou Rubens, Rembrandt e Van Dyck), sendo então a sua obra já admirada pelo grande público e pelo rei D. Fernando que lhe comprou o quadro Camões e o Jau.
Foi professor de pintura histórica em 1854, na Academia de Belas-Artes e colaborou na Revista Contemporânea de Portugal e Brasil (1859-1865).
Metrass morreu com trinta e seis anos de idade, vítima de tuberculose.
Exposições
Palácio dos condes de Lumiares
Exposição filantrópica da Sala do Risco
Exposição trienal de 1856
Exposição Universal de Paris (1855)
3 - Versão mais antiga do "Escudo da Trindade" (1210)
Versão mais antiga do diagrama Scutum Fidei do simbolismo medieval cristão ocidental, atestada, de um manuscrito de Peter de Poitiers escritos ', c. 1210.
Desconhecido (escrivão do século 13) - Biblioteca Britânica
Detalhe de algodão Faustina manuscrito B. VII, 42V fólio, mostrando um "Scutum Fidei" ou protetor da Trindade diagrama triangular, com uma representação de Cristo na cruz. Isso faz parte de um ca. 1210 ilustração à Compêndio Historiae em Genealogia Christi por Peter de Poitiers (ou Petrus Pictaviensis).
O texto em latim sobre o escudo na imagem inclui as palavras ou abreviaturas dos escribas para "Pater" (o Pai), "SPIRITUS SANCTUS" (o Espírito Santo), e "FILIUS" (o Filho) nos três nós exteriores, e " DEUS "(Deus) no nó de centro.
Pedro de Poitiers (em latim: Petrus Pictaviensis; em francês: Pierre de Poitiers) foi um teólogo escolástico francês nascido em ou próximo de Poitiers por volta de 1130. Pedro morreu provavelmente em 1215.
Pedro estudou na Universidade de Paris, onde tornar-se-ia professor de teologia e lecionaria por trinta e oito anos. Em 1169, sucedeu Pedro Comestor na cadeira de teologia escolástica. Suas aulas foram inspiradas pela animosidade de Garnério de São Vítor (Gauthier), um dos mais amargos opositores do escolasticismo, que o listou junto com Gilberto de la Porrée, Abelardo e Pedro Lombardo num panfleto no qual tentou ridicularizar os quatro doutores chamando-os de "Os Quatro Labirintos da França".
Como chanceler da Igreja de Paris, demonstrou grande zelo em prol dos estudantes mais pobres, e numa tentativa de suprir a necessidade de livros-texto, que eram muito caros, mandou gravar um "resumo" nas paredes das salas de aula para ajudá-los. Em 1191, foi nomeado pelo Papa Celestino III para resolver a disputa entre as abadias de Santo Elói e São Vítor. Além de Celestino, Pedro se correspondia também com o Papa Inocêncio III.
Em religião, a trindade é a doutrina que considera Deus como sendo constituído por três hipóstases.
Trindade (cristianismo) — perspectiva cristã.
Trimúrti — perspectiva hindu
Aúra-Masda — perspectiva zoroastra
Mãe Tríplice — perspectiva wicca
Hades#Hades, Zeus e Posseidon: hipótese da trindade (Trindade olímpica) — hipótese que une os três principais deuses da mitologia grega (Zeus, Hades e Posseidon)
Entra uma mulher vestida de bombeira. Vem trajada com certa solenidade. Atrás dela vem um “cavalheiro”, um tanto ou quanto alcoolizado:
Homem - Onde vais, ó lindinha?!...
Bombeira - O Senhor tenha tento nessa língua.
Homem - Pois sim… Vais tão bonita… Pareces um soldadinho de chumbo…
Bombeira - O senhor é muito mal educado! Fala assim porque eu venho
sozinha… É pena que o meu irmão não esteja aqui ao pé de
mim. Tenho a certeza, que se ele estivesse aqui o senhor não teria a
coragem de se me dirigir nesses termos!...
Homem - Pois não, lindinha… Não teria coragem… Estás tão bem fardadinha…
Vais para alguma procissão?
Bombeira - Por acaso não vou para nenhuma procissão…
Homem - Não?! Então para onde vais, pode saber-se?
Bombeira - O senhor não merece que eu perca tempo consigo, mas sempre lhe
digo que vou para a festa da minha Associação.
Homem - Os meus sinceros parabéns para a tua Associação.
Bombeira - O senhor é mesmo um nojo!
Homem - Pois sou, lindinha… Onde tu vais, sei eu muito bem… Vais para a
paródia… No quartel da tua Associação é cada regabofe…
Bombeira - Está muito enganado. No meu quartel há respeito… Dos
Voluntários ao Comando e deste à Direcção, há amizade e respeito uns
pelos outros… Do mais baixinho ao mais graduado todos nos
respeitamos e damos como irmãos.
Homem - Está bem, abelha!... Vai mas é para casa coser meias…
Bombeira - O senhor é muito asqueroso. O que lhe vale é estar bêbado seu…
Seu… Seu estúpido.
Homem - Pois, pois, lindinha… Eu sou estúpido.
Bombeira - (Com lágrimas na voz) O senhor é um bebedanas… Não tem o
direito…
Homem - Não tenho o direito… E não tenho o esquerdo…
Bombeira - Quer dizer: uma pessoa entrega-se a uma causa… Serve-a com a
maior alegria… Dá-se a ela com toda a força do seu coração…
Cumpre horários… Faz piquetes… Acompanha os doentes, muitas
vezes possuidores de doenças contagiosas… Vai aos hospitais… Lida
com cadáveres… Sujeita muitas vezes a contrair alguma doença…
Serve o seu semelhante com total desprezo pela própria vida e afinal
o que recebe em troca?!... Bocas foleiras, como a sua.
Homem - Tadinha!...
Bombeira - Qual tadinha, qual quê!!! Uma pessoa sacrifica-se, quantas vezes com
risco da própria vida e afinal o seu sacrifício é inglório. É tomado
como um simples capricho, uma aventurazinha sem nexo e sem valor…
As horas que dou à minha Associação, os dias, as noites, os
sábados e os domingos, tendo em mente apenas o desejo de
servir os outros, ser útil ao seu semelhante, são para si horas de
brincadeira… Não está certo! O senhor não pode pensar assim de
quem apenas quer ter a satisfação do dever cumprido…
SER BOMBEIRO, CARO SENHOR,
É ENTREGARMO-NOS DE ALMA E CORAÇÃO
À CAUSA DO BEM COMUM…
SER BOMBEIRO É VIVER EM CONSTANTE
ALERTA PARA DAR CONSOLO A QUEM SOFRE…
SER BOMBEIRO É SER ALGUÉM QUE QUER SER
O LENITIVO PARA QUEM PRECISA DUM OMBRO AMIGO…
Bombeira - O senhor sabe é beber vinho… O senhor sabe lá o que quer dizer o
nosso lema ”VIDA POR VIDA”… O senhor sabe lá…
(Ouve-se entretanto o barulho duma travagem seguido do estrondo duma colisão. A Bombeira sai a correr.)
Homem - Lá vai a Bombeirinha: lá vai ela armada em heroína… O que ela
quer é música e fardamentos novos…
(Entra a Bombeira com uma criança nos braços. Vem toda suja de sangue, na cara e na farda. Entretanto ouve-se a sirene duma ambulância e entram em cena um bombeiro e uma outra bombeira. Ambos trazem uma maca, que poisam no chão. A Bombeira com muito cuidado deposita o corpo da criança na maca. O bêbado aproxima-se e solta um grito)
Homem - Que é isto, meu Deus! A minha filhinha… Oh meu Deus, meu Deus...
Desculpe menina Bombeira… Desculpe as minhas palavras… Salve-a,
senhora Bombeira… Salve a minha menina… Não me castigue mais
do que Deus já me castigou…
(Aqui o bêbado ajoelha-se junto à Bombeira, abraça-lhe as pernas, e diz:)
William-Adolphe Bouguereau (La Rochelle, 1825 – La Rochelle, 1905) foi um professor e pintor académico francês. Com um talento manifesto desde a infância, recebeu treinamento artístico em uma das mais prestigiadas escolas de arte de seu tempo, a Escola de Belas Artes de Paris, onde veio a ser mais tarde professor muito requisitado, ensinando também na Academia Julian. Sua carreira floresceu no período áureo do academicismo, sistema de ensino do qual foi um ardente defensore do qual foi um dos mais típicos representantes.
Sua pintura se caracteriza pelo perfeito domínio da forma e da técnica, com um acabamento de alta qualidade, obtendo efeitos de grande realismo. Em termos de estilo, fez parte da corrente eclética que dominou a segunda metade do século XIX, mesclando elementos do neoclassicismo e do romantismo em uma abordagem naturalista com boa dose de idealismo. Deixou obra vasta, centrada nos temas mitológicos, alegóricos, históricos e religiosos; nos retratos, nos nus e nas imagens de jovens camponesas.
Acumulou fortuna e granjeou fama internacional em vida, recebendo inúmeros prêmios e condecorações — como o Prêmio de Roma e a Ordem Nacional da Legião de Honra — mas no final de sua carreira começou a ser desacreditado pelos pré-modernistas. A partir do início do século XX, logo após sua morte, sua obra foi rapidamente esquecida, chegando a ser considerada de todo vazia e artificial, e um modelo de tudo o que a arte não deveria ser, mas na década de 1970 começou a ser novamente apreciada, e hoje é considerado um dos grandes pintores do século XIX. No entanto, ainda existe bastante resistência ao seu trabalho, permanecendo a polémica em seu redor.
Vida
William-Adolphe Bouguereau nasceu em uma família que havia se radicado em La Rochelle desde o século XVI. Seus pais foram Théodore Bouguereau e Marie Marguérite Bonnin. Em 1832 a família se mudou para Saint-Martin, a principal cidade da ilha de Ré, onde o pai decidiu iniciar um negócio no porto. O menino foi matriculado na escola, mas passava grande parte do tempo desenhando. O negócio não resultou muito lucrativo, a família teve dificuldades económicas, e por isso encaminharam-no para viver com seu tio, Eugène Bouguereau, cura da paróquia de Mortagne sur Gironde. Eugène tinha cultura e introduziu seu pupilo nos clássicos, na literatura francesa e na leitura da Bíblia, além de dar-lhe aulas de latim, ensiná-lo a caçar e montar e despertar-lhe o amor à natureza.
Para que aprofundasse seus conhecimentos clássicos, Eugène o enviou em 1839 para estudar na escola de Pons, uma instituição religiosa, onde entrou em contato com a mitologia grega, a história antiga e a poesia de Ovídio e Virgílio. Ao mesmo tempo, recebia lições de desenho de Louis Sage, um antigo aluno de Ingres. Em 1841 a família se mudou novamente, agora para Bordeaux, onde deveriam iniciar um comércio de vinhos e óleo de oliva. O jovem parecia destinado a seguir os passos paternos no comércio, mas logo alguns clientes da loja notaram os desenhos que ele fazia e insistiram que o pai o mandasse para estudar na escola municipal de desenho e pintura. O pai concordou, com a condição de que ele não seguisse carreira, pois via no comércio um futuro mais promissor. Matriculado em 1842 e estudando com Jean-Paul Alaux, apesar de frequentar as aulas apenas duas horas por dia, avançou depressa e acabou por receber em 1844 o primeiro prémio em pintura, o que lhe confirmou a vocação. Para ganhar algum dinheiro desenhava rótulos para géneros alimentícios.
Aperfeiçoamento e início da carreira
Através de seu tio, recebeu uma encomenda para pintar retratos de paroquianos, e com a renda dos trabalhos, mais uma carta de recomendação de Alaux, pôde, em 1846, se dirigir a Paris e ingressar na Escola de Belas Artes. François-Édouard Picot o recebeu como discípulo e com ele Bouguereau se aperfeiçoou no método académico. Na época, disse que ingressar na escola o deixou "transbordante de entusiasmo", estudando até vinte horas diárias e mal se alimentando. Para se aprimorar no desenho anatómico assistia a dissecções, além de estudar história e arqueologia. Seu progresso foi, assim, muito rápido, e obras desta fase, como Igualdade diante da morte (1848), já são trabalhos perfeitamente acabados, tanto que no mesmo ano dividiu a primeira colocação, junto com Gustave Boulanger, na etapa preliminar do Prémio de Roma. Em 1850 venceu a disputa final para o Prémio, com a obra Zenóbia encontrada por pastores nas margens do Araxe.
Estabelecendo-se na Villa Medici, como discípulo de Victor Schnetz e Jean Alaux, pôde estudar diretamente os mestres do Renascimento, sentindo grande atração pelo trabalho de Rafael. Visitou cidades da Toscana e da Úmbria, estudando os antigos, apreciando especialmente as belezas artísticas de Assis, copiando na íntegra os afrescos de Giotto na Basílica de São Francisco. Também se entusiasmou com os afrescos da Antiguidade que conheceu em Pompeia, que reproduziria em sua própria casa quando mais tarde voltou para a França, o que se deu em 1854. Passou algum tempo com seus parentes em Bordeaux e La Rochelle, decorou a villa dos Moulon, um ramo abastado da família, e depois fixou-se em Paris. No mesmo ano expôs no Salão O Triunfo do Martírio, realizado no ano anterior, e decorou duas mansões. Já seus primeiros críticos aplaudiram sua maestria no desenho, a feliz composição das figuras e a afortunada filiação a Rafael, de quem diziam que apesar de ele ter aprendido tudo dos antigos, deixara obra original. Também foi objeto de um elogioso artigo de Théophile Gautier, que muito lhe valeu para consolidar sua reputação.
Casou-se com Marie-Nelly Monchablon em 1856, e com ela teria cinco filhos. No mesmo ano o governo francês encomendou-lhe a decoração da prefeitura de Tarascon, onde deixou a tela Napoleão III visitando as vítimas da enchente de Tarascon em 1856. No ano seguinte obteve a medalha de primeira classe no Salão, pintou retratos do imperador Napoleão III e da imperatriz Eugênia de Montijo e decorou a mansão do rico banqueiro Émile Pereire. Com esses trabalhos Bouguereau se tornou um artista célebre, passando a ser procurado como professor.
Anos finais
Bouguereau tinha opiniões firmes e em mais de uma vez travou embates com o público, com seus colegas e a crítica. Em 1889 entrou em choque com o grupo reunido em torno do pintor Ernest Meissonier a respeito do regulamento dos Salões, o que acabou resultando na criação da Sociedade Nacional das Belas Artes, que manteve um Salão dissidente. Em 1891 os alemães convidaram artistas franceses para expor em Berlim, e Bouguereau foi um dos poucos que aceitou, dizendo que sentia ser um dever patriótico penetrar na Alemanha e conquistá-la através do pincel. Isso não obstante despertou a ira da Liga dos Patriotas de Paris, e Paul Déroulède iniciou uma guerra contra ele na imprensa. Por outro lado, o sucesso de Bouguereau na organização de uma mostra de artistas franceses na Royal Academy de Londres teve como efeito a criação de um evento permanente, de repetição anual.
Seu filho Paul, que havia se tornado um respeitado jurista e militar, faleceu em 1900, sendo a quarta morte de um filho que Bouguereau teve de testemunhar. (...) A perda foi crítica para Bouguereau, cuja saúde a partir de então declinou rápido. Em 1902 manifestaram-se os primeiros sinais de um mal cardíaco. Teve, porém, a felicidade de ver aclamada a obra que enviara à Feira Mundial, e em 1903 recebeu a insígnia de Grande-Oficial da Ordem Nacional da Legião de Honra. Logo depois foi convidado para as celebrações do centenário da Villa Medici em Roma, passando em seguida uma semana em Florença com sua esposa. Nesta altura recebia amiudados convites para ser homenageado em cidades da Europa, mas sua saúde precária o obrigava a recusá-los, e acabou por impedi-lo de pintar. Pressentindo o fim, mudou-se em 31 de julho de 1905 para La Rochelle, onde expirou em 19 de agosto.
Obra
“A cada dia entro em meu estúdio cheio de alegria; à noite, quando a escuridão me obriga a deixá-lo, mal posso esperar pelo dia seguinte. Se eu não pudesse devotar-me à minha amada pintura eu seria um pobre coitado.”
Contexto
Bouguereau floresceu no auge do academismo, um método de ensino nascido no século XVI e que em meados do século XIX chegara a obter uma influência dominante. Baseava-se no conceito fundamental de que a arte pode ser integralmente ensinada através da sua sistematização em um corpo comunicável de teoria e prática, minimizando a importância da originalidade. As academias valorizavam acima de tudo a autoridade dos mestres consagrados, venerando de modo especial a tradição clássica, e adotavam conceitos que possuíam, além de um caráter estético, também um fundo ético e um propósito pedagógico, produzindo uma arte que almejava educar o público e assim transformar a sociedade para melhor.
(...) Por fim, o apoio dos burgueses aos académicos era também uma forma de aproximar-se deles e revestir-se de um pouco de seu prestígio, indicando um desejo de ascensão social. O interesse na proposta académica de modo geral permaneceu, pela grande reputação da escola e pelo alto nível de qualidade do seu produto, mas foi preciso que ela se adaptasse oferecendo não apenas uma variação temática, mas um novo estilo de apresentação desses novos temas, resultando numa sedutora combinação de beleza idealizada, superfícies polidas, sentimentalismo fácil, acabamentos detalhados, efeitos decorativos, cenas de costumes, paisagens exóticas e às vezes um erotismo picante. Essa mudança de mentalidade foi tão importante que, como Bouguereau expressou em uma entrevista de 1891, determinou uma transformação em seu trabalho:
"Aqui está meu Anjo da morte. À frente está minha segunda pintura, Dante no Inferno. Como você pode ver, elas são diferentes das pinturas que faço hoje.... Se eu continuasse a pintar trabalhos semelhantes, é provável que, como esses, eu ainda os teria comigo. O que você espera? Você tem que seguir o gosto do público, e o público só compra aquilo que gosta. Este é o motivo pelo qual, com os anos, eu mudei minha maneira de pintar".
(...) Bouguereau dedicou grande parte de suas energias para satisfazer o gosto do novo público burguês, mas era claro seu idealismo e a sua identificação de arte com beleza, e nisso ele permanecia fiel à tradição antiga. Em certa ocasião declarou sua profissão de fé:
"Em pintura, sou um idealista. Na arte só vejo o belo, e para mim arte é o belo. Por que reproduzir o que a natureza tem de feio? Não vejo o porquê disso ser necessário. Pintar exatamente o que vemos - não! - ou pelo menos não para aqueles que não sejam extremamente talentosos. O talento redime tudo e tudo desculpa. Hoje em dia os pintores vão longe demais, assim como vão os escritores e novelistas. Não se pode saber onde eles vão parar".
Mesmo em obras que retratam mendigos, tende à idealização, o que é um dos motivos para as críticas que já durante sua vida o acusavam de artificialismo. Em Família indigente fica óbvia a ambiguidade do seu tratamento: enquanto que a imagem deveria evocar a miséria, está composta com a harmonia e equilíbrio da Renascença e se destina a enobrecer os sujeitos; percebe-se que todos estão bastante limpos, são belos, o bebê nos braços da mãe é roliço e rosado e parece inteiramente saudável. Na opinião de Erika Langmuir, em que pese o tema e a notória compaixão e generosidade pessoal do artista, "a obra não serve como reportagem social nem conclama à ação (contra a miséria)", como ficou patente para os seus críticos quando foi exposta: "O sr. Bouguereau pode ensinar seus alunos como desenhar, mas não pode ensinar aos ricos como e o quanto as pessoas sofrem em seu redor".
Não obstante, esta abordagem não era-lhe exclusiva, e fazia parte da tradição académica. Mark Walker observou que a despeito das críticas que se possa levantar contra suas idealizações, por não representarem exatamente a realidade visível, a idealização em si, com a fantasia que ela envolve, não pode ser considerada elemento alheio à arte.
(...) Levando em conta o seu contexto e suas preferências pessoais, pode-se sumarizar a descrição de seu eclético estilo da seguinte maneira:
No início era filiado à tradição clássica idealista da Antiguidade e do Renascimento, continuada na escola neoclássica de David e Ingres, mas absorveu elementos adicionais que deram ao seu estilo maior vivacidade, elegância, sensualidade e imediatismo, sem perder sua índole idealizadora. Entre esses elementos são mais evidentes:
Um forte componente romântico, que aparece mais na forma de um certo sentimentalismo, uma atmosfera idílica e às vezes um considerável erotismo.
Traços realistas, enfatizados por um acabamento técnico impecável que em certos momentos se aproximava do efeito de uma fotografia, técnica que conhecia grande popularização na época e que o artista às vezes utilizou como auxiliar em suas composições.
Em algumas pinturas parece recuperar valores do Rococó, com um acentuado senso decorativo, formas elegantes, composição descomplicada e uma temática leve e jovial.
Também mostra ter recebido alguma influência do estilo representativo altamente detalhado dos Pré-rafaelitas.
Sua obra de certa maneira se coloca como uma antecipação do Modernismo por sua abordagem otimista do mundo, influenciada pelos progressos da ciência e pela doutrina do Positivismo.
Docência
Em sua carreira de professor, em que formou inúmeros alunos, adotou o mesmo método em que fora educado, que exigia uma rigorosa disciplina, um estudo aprofundado dos mestres antigos e da natureza e um perfeito domínio das técnicas e materiais. No método académico não havia lugar para o improviso. Como ele disse certa vez para seus alunos: "Antes de iniciarem o trabalho, mergulhem no sujeito da obra; se vocês não o compreendem, estudem mais, ou busquem um outro tema. Lembrem que tudo deve ser planejado de antemão, até os menores detalhes". Isso não quer dizer que fosse dogmático. (...) Pensava que não havia sentido em tentar produzir pintores segundo o modelo renascentista.... Ele próprio não demonstrava interesse em filosofia, em política ou em literatura; não dava importância para teorias sobre pintura e rejeitava análises prolongadas". O próprio artista escreveu:
"A teoria não tem lugar.... na educação básica do artista. São o olho e a mão que devem ser exercitados durante os impressionáveis anos da juventude.... É sempre possível mais tarde adquirir o conhecimento necessário para a produção de uma obra de arte, mas nunca - e quero enfatizar este ponto - nunca a vontade, a perseverança e a tenacidade de um homem maduro bastarão se a prática for insuficiente. E pode haver angústia maior do que aquela sentida pelo artista que vê a realização do seu sonho prejudicada por uma execução medíocre?"
Não manteve uma escola privada, mas ensinou na Academia Julian a partir de 1875 e na Escola de Belas Artes de Paris a partir de 1888, nesta só ministrando desenho. Entre seus muitos discípulos, podem ser citados alguns que adquiriram notoriedade: Lovis Corinth, Robert Henri, Henri Matisse, John Lavery, William Blair Bruce, Jean-Édouard Vuillard, Florence Carlyle, Augustus Koopman...
Obra
No início não tinha certeza de seu valor. Em nota escrita em 1848, quando tinha 23 anos, ansiava por ser capaz de criar obras "dignas de um homem adulto". Contudo, com o tempo passou a ser mais confiante: "Meu coração está aberto à esperança, tenho fé em mim mesmo. Não, os árduos estudos não foram inúteis, a estrada que palmilho é boa, e com a ajuda de Deus conquistarei a glória". De fato a conquistou. Trabalhando incansavelmente, e sendo altamente disciplinado e metódico, tornou-se rico, famoso e deixou obra vasta, com 828 peças catalogadas.
Ao longo da maior parte de sua carreira Bouguereau foi considerado um dos maiores pintores vivos e a mais perfeita corporificação do ideal académico, sendo comparado a Rafael. Sua feliz combinação de idealismo com realismo era muito admirada, e Gautier disse que ninguém podia ser ao mesmo tempo tão moderno e tão grego. Suas obras atingiam preços astronômicos, e corria uma anedota de que ele perdia cinco francos a cada vez que largava os pincéis para ir urinar. Educou uma legião de discípulos e tê-lo como mestre era quase sempre um passaporte garantido para uma colocação no mercado. Dominou os Salões parisienses numa época em que Paris era a Meca da arte ocidental e em seus tempos de glória sua fama dentro da França só era comparável à do presidente da República. Os colecionadores norteamericanos o tinham como o melhor pintor francês de seu tempo, e era muito apreciado também na Holanda e Espanha.
Porém, no final do século XIX, quando o Modernismo iniciou sua ascensão, sua estrela iniciou seu ocaso. Degas e seus companheiros viam em Bouguereau principalmente artificialidade, e "bougueresco" se tornou sinônimo pejorativo de estilos similares ao seu, embora reconhecessem que ele deveria no futuro ser lembrado como um dos maiores pintores franceses do século XIX. Passou a ser considerado um tradicionalista antiquado, de escassa originalidade e de talento medíocre, cujo pontificado nas academias minava a criatividade e a liberdade de expressão dos alunos.
(...) Então sua obra caiu no esquecimento, e durante décadas foi considerada fútil, vulgar e irrecuperável. Suas pinturas desapareceram do mercado e era difícil ouvir alguma referência a ele até mesmo nas escolas de arte, a não ser como um exemplo do que não fazer.[106] Lionello Venturi chegou a afirmar que a obra de Bouguereau sequer merecia ser considerada "arte". Mas é interessante assinalar que ao longo dos anos alguns artistas importantes da vanguarda - poucos, é verdade - deram opiniões positivas. Van Gogh desejava pintar tão corretamente como ele, Salvador Dali o chamou de génio e Philip Guston disse que "ele realmente sabia pintar". Andy Warhol possuía uma de suas obras.
(...) Para Hjort e Laver, ele é um artista sobretudo kitsch, o que equivale para eles dizer que sua arte é de má qualidade:
"O que faz Bouguereau ser kitsch? O que torna sua arte ruim? De um ponto de vista estético, é a 'perfeição perversa' que ofende e enjoa, é a ausência de toda ambiguidade ou dissonância interpretativa de parte do observador, mas, ainda mais importante, é a manipulação da emoção, a evocação de emoções 'baratas', 'falsas', que torna sua perfeição perversa....
(...) Apesar das controvérsias, já foi aberto um considerável espaço para ele. O Grove dictionary of art, publicado pela Universidade de Oxford, o credita como um dos grandes pintores do século XIX, e depois de tantos anos escondido em depósitos, está de volta às galerias de alguns dos mais importantes museus do mundo, como o Museu Metropolitano de Nova Iorque, o Museu de Belas Artes de Boston, o Instituto de Arte de Chicago e o Museu d'Orsay. Nos Estados Unidos é particularmente apreciado, fazendo parte do acervo de mais de 70 museus e tendo suas obras entre as mais reproduzidas em cartões para o Valentine's Day (o Dia dos Namorados norteamericano). Suas pinturas são extensivamente copiadas em ateliês comerciais de várias partes do mundo, muitos localizados no oriente, que as revendem via internet; tem sido objeto de vários estudos especializados e suas obras originais já atingem novamente elevadas cotações no mercado. Em 2000 a tela Caridade alcançou os 3,52 milhões de dólares em um leilão na Christie's.
Distinções
Os esforços artísticos de Bouguereau foram amplamente reconhecidos em sua vida, obtendo grande número de distinções oficiais.
Eternidade é um conceito filosófico que se refere, no sentido comum, ao tempo infinito. No sentido filosófico, refere-se a algo que não pode ser medido pelo tempo, porquanto o transcende. Nesse sentido, eterno é algo sem começo e nem fim. Um exemplo clássico do ser eterno é o Deus judaico-cristão.
Etimologia
A palavra 'eternidade' vem do latim aeturnus, termo que, por sua vez, é uma derivação de aevum, que significa 'era' ou 'tempo'.
O termo costuma ser entendido em dois sentidos. No sentido comum, significa ‘sempiternidade’ (do latim sempiternus,a,um: 'perpétuo, eterno, imortal'), isto é, duração ou tempo infinito. Já no sentido mais usual entre os filósofos, corresponde a atemporalidade, ou seja, a algo que não pode ser medido pelo tempo, pois o transcende.
Eugene de Blaas, também conhecido como Eugene von Blaas ou Eugenio Blaas (1843 -1932), foi um pintor italiano da escola conhecida como Classicismo académico.
Biografia
Ele nasceu em Albano, perto de Roma. O seu pai Karl, também um pintor, foi seu professor. A família mudou-se para Veneza quando Karl se tornou professor na Academia de Veneza. Muitas vezes pintou cenas em Veneza, mas também retratos e pinturas religiosas.
(...) Suas imagens coloridas representam a sociedade veneziana naquele período, como por exemplo, na obra Varanda (1877), comparáveis a pastéis delicados e gravuras dos pátios, varanda e canais de Veneza moderna.
"Solteiro", uma pintura de 1846 que mostra um homem junto a uma fogueira e lamentando o seu estado civil. Segura na mão uma outra pintura de um homem com a sua esposa e três filhos.
Assinatura do artista: "Anderson Honeydew, New-York".