Monografias - Terras de Portugal
Real Abadia de Alcobaça com muro (1750) (1) Mosteiro de Alcobaça (2)
Monografias - Terras de Portugal
Algumas palavras sobre Alcobaça
Falemos, sucintamente do Mosteiro de Alcobaça.
É neste mosteiro que repousam Pedro e Inês, esse par que entrou, definitivamente no imaginário de todos os namorados.
O Mosteiro de Alcobaça, que na realidade se chama Real Abadia de Santa Maria Alcobaça, é um sumptuoso edifício onde, no seu interior, passam as águas do Rio Baça.
Começou a ser edificado em 1178, por vontade de D. Afonso Henriques e foi concluído setenta e cinco anos depois.
É neste mosteiro que funcionaram as primeiras aulas de Gramática, Teologia e Lógica, ministrados pelos Monges de Cister.
Durante todo o tempo da sua existência o mosteiro sofreu cobiças, especialmente a partir das invasões francesas cujas tropas, quais abutres, tudo saqueavam à sua passagem.
O mosteiro tem uma fachada de quarenta de dois metros de altura. Foi construído nos terrenos doados por D. Afonso Henriques, nos quais a exploração agrícola era bastante assinalável.
Alcobaça é, ainda hoje, um centro frutífero de grande envergadura.
A Igreja do Mosteiro tem cento e seis metros de comprimento, cerca de dezassete metros de largura e vinte metros, aproximadamente de altura, o que a torna a maior igreja de Portugal.
A nave central tem doze secções apoiadas em vinte e quatro colunas. As duas naves laterais suportam uma magnífica abobada ogival.
Tanta grandiosidade, a contrastar com a modéstia dos Monges de Cister, são o nosso grande orgulho.
Dos saques de que o mosteiro foi vítima, escaparam, como que por milagre, os túmulos de D. Pedro e de D. Inês de Castro.
Os corpos destes dois enamorados foram recebidos no mosteiro em 1361, o de D. Inês e em 1367, o de D. Pedro.
Podemos admirar, no interior do mosteiro, o retábulo da morte de São Bartolomeu, do século XVII, a fonte manuelina, do século XVI, a capela-relicário em talha dourada e sua famosa cozinha do século XVII, por onde o Baça passa.
Mas Alcobaça não e só o seu mosteiro.
Na localidade podia admirar-se o seu vetusto Castelo (que nasceu árabe e desapareceu com o terramoto de 1755, o tal que destruiu Lisboa).
Pode ainda ver-se e admirar, a Ermida Barroca da Senhora do Desterro, com azulejos de rara beleza, e a Igreja da Misericórdia.
Visitemos as nossas terras, bendigamos todos aqueles que, de algum modo, construíram o nosso Portugal.
Celso Sacavém celsosacavem.blogs.sapo.pt @celso.pereira.525
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Igreja do Mosteiro (3) Rei D. Pedro I (4) Túmulo de D. Inês de Castro (5)
1 - Real Abadia de Alcobaça com muro (1750)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mosteiro_de_Alcoba%C3%A7a#/media/File:Alcobaca.mosteiro.1750.JPG
Gravura da Real Abadia de Alcobaça com muro, antes de 1750. Autor desconhecido. Gravura encontrada em "Mapa Topográfico" na preparação da construção de uma estrada entre Rio Maior e Leiria; Relatório Nº CB 25 do Instituto Português do Património Arquitectónico, 1999, Lisboa, pág. 15 de J. Pedro Tavares.
2 - Mosteiro de Alcobaça
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mosteiro_de_Alcoba%C3%A7a#/media/File:Alcobaca_-_Front.jpg
Fachada principal. Fotografia de Ingo Mehling - 2013
Páginas Oficiais do Mosteiro de Alcobaça:
http://www.mosteiroalcobaca.pt
Mosteiro de Alcobaça
http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-mundial/portugal/
DGPC/Património Cultural: Património Mundial em Portugal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mosteiro_de_Alcoba%C3%A7a
Mosteiro de Alcobaça
Nomes alternativos Real Abadia de Santa Maria de Alcobaça
Tipo Mosteiro
Estilo dominante Gótico, Manuelino, Maneirismo, Barroco
Início da construção século XII
Inauguração 1252 (sagração)
Património Nacional - Classificação: Monumento Nacional
Data 1910
Património da Humanidade - Critérios: C (i) (iv)
Data 1989
O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, também conhecido como Real Abadia de Santa Maria de Alcobaça ou mais simplesmente como Mosteiro de Alcobaça, é a primeira obra plenamente gótica erguida em solo português. Foi começado em 1178 pelos monges de Cister. Está classificado como Património da Humanidade pela UNESCO e como Monumento Nacional, desde 1910, IPPAR. Em 7 de Julho de 2007, foi eleito como uma das sete maravilhas de Portugal. Em 1834 os monges foram forçados a abandonar o mosteiro, na sequência do decreto de supressão de todas as ordens religiosas de Portugal, promulgado por Joaquim António de Aguiar, ministro dos negócios eclesiásticos e da justiça do governo da regência de D. Pedro, Duque de Bragança.
História
No fim do século X organizou-se em Cluny, na Borgonha, um novo mosteiro beneditino que procurava renovar a Regra de S. Bento. As igrejas cluniacenses eram cheias de belos elementos decorativos. A Regra de São Bento foi sendo "aligeirada" e alguns monges abandonam o seu mosteiro de Molesmes para fundarem um novo mosteiro em Cister. Os religiosos de Cister deviam viver do seu trabalho, não acumular riquezas, e os mosteiros seriam edificados em lugares ermos, sem qualquer decoração. Bernardo de Claraval, que se recolhera em 1112 em Cister, donde saiu para fundar a Abadia de Claraval animou bastante esta reforma que restituiu à Regra de S. Bento todo o rigor inicial. Enquanto D. Afonso Henriques se empenhava na Reconquista, chegaram ao território português os monges Cistercienses que fundaram o Mosteiro de São João Baptista de Tarouca em 1140.
Afonso Henriques primeiro rei de Portugal doou e coutou muitas terras na região de Alcobaça a S. Bernardo, em cumprimento da promessa feita, em 1147, quando da conquista de Santarém. É de cerca de 1152 o começo da construção provisória do mosteiro em Alcobaça, sendo conhecida no mesmo ano uma referência ao seu abade. A carta de doação foi assinada por D. Afonso Henriques no ano seguinte, 1153. Se se comparar a planta da igreja do Mosteiro de Alcobaça com a da segunda igreja de Claraval, vemos que têm quase a mesma dimensão e disposição espacial.
Os primeiros monges de Alcobaça, monges brancos, tiveram uma acção civilizadora notável: em 1269 abrem a primeira escola pública. Também desempenharam acções de assistência e beneficência através da botica, a farmácia, e da esmola da portaria.
No tempo do geral Fr. Sebastião de Sotomaior tomaram grande incremento as oficinas de imaginária da Abadia.
Planta do Mosteiro de Alcobaça
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mosteiro_de_Alcoba%C3%A7a#/media/File:Mosteiro_de_Alcobaca_Planta.svg
Autores: Karstenkascais (original em JPG) e por Waugsberg (versão SVG) (2008)
Legenda:
1 - Igreja
2 - Sacristia Medieval
3 - Salão do Capítulo
4 - Parlatório
5 - Escada do Dormitório
6 - Salão dos Monges
7 - Cozinha
8 - Refeitório
9 - Lavabo
10 - Claustro de D. Dinis
11 - Claustro de D. Afonso VI
12 - Salão das Conclusões
13 - Salão dos Reis
14 - Ala Sul
15 - Panteão régio
16 - Capela do Senhor dos Passos
17 - Sacristia
18 - Capela de Nossa Senhora do Desterro
19 - Claustro da Levada
20 - Claustro do Rachadoiro
21 - Biblioteca.
3 - Igreja do Mosteiro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mosteiro_de_Alcoba%C3%A7a#/media/File:Alcoba%C3%A7a-CentralAisle.jpg
Nave central numa fotografia de syvwlch - DSC_9403 (2007)
4 - Rei D. Pedro I
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_I_de_Portugal#/media/File:D._Pedro_I_de_Portugal.png
O rei D. Pedro I de Portugal.
Desconhecido – www.sabado.pt 2014
5 - Túmulo de D. Inês de Castro
Fotografia de SaraPCNeves - 2007
Capela de Nossa Senhora do Desterro (6) Interior da Capela (7)
6 - Capela de Nossa Senhora do Desterro
Vista geral da Capela de Nossa Senhora do Desterro localizada no Jardim das Murtas, cerca do Mosteiro de Alcobaça. Autor: David Machado, em colaboração com Wiki Loves Monuments
7 - Interior da Capela
Capela de Nossa Senhora do Desterro - Interior da capela-mor: retábulo-mor
Capela de Nossa Senhora do Desterro
Categoria de Protecção:
Classificado como MN - Monumento Nacional
Abrangido por outra classificação - Património Mundial
Nota Histórico-Artistica
Edificada na cerca do Mosteiro de Alcobaça muito próxima da sacristia da igreja cisterciense, a ermida de Nossa Senhora do Desterro destaca-se pela sua imponente fachada-retábulo barroca, característica de um período em que as fachadas assumem importância extrema enquanto elementos primordiais da arquitectura, intervindo directamente na dinamização do espaço urbano (PEREIRA, 1986, p. 36).
Desenhada em 1716 pelo Padre Frei Luís de São José, arquitecto ainda pouco estudado mas com obra de grande interesse, esta ermida representa um dos trabalhos mais significativos do artista, muito celebrado pelas fachadas-retábulo que concebeu, entre as quais se destacam a da presente igreja ou a da igreja de São Vicente em Braga, de 1713 (SERRÃO, 2003, p. 178).
Joaquim de Fiore (8)
8 - Joaquim de Fiore
https://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_de_Fiore#/media/File:Joachim_of_Flora.jpg
Gravura medieval de Joaquim de Fiore, um monge benedito e filósofo milenarista (2005)
http://webpages.fc.ul.pt/~ommartins/images/hfe/momentos/medieval/escola%20de%20alcobaca%20plagio.doc.
A escola de Alcobaça
Por Carlos César Correia Gonçalves - Bibliotecário-Geral da ULHT
Resumo
Depois de se referir o ambiente onde se enquadra a Abadia de Santa Maria de Alcobaça, aponta-se o cunho aqui marcado da chamada “revolução escolar” do século XIII, em que os conteúdos e métodos de ensino se manifestam com um sentido novo, próprio das Universidades da época. Efectivamente, a Ordem de Cister vai na procura de se cercar do mais rigor e riqueza da Regra de São Bento. Entretanto o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça recebe uma doação de D. Afonso Henriques. A contribuição do Mosteiro para a cultura portuguesa foi bastante reduzida nos primeiros tempos de existência, limitando-se a pouco mais que as leituras rotineiras de Teologia e de ensino só para os monges. Porém, organizada a exploração dos coutos de Alcobaça e feita a pacificação da região, foi possível aos frades dedicarem-se à cópia e iluminações de documentos. No ensino, na Escola de Alcobaça, depois de só se ensinar Teologia, entre 1252 e 1276, depois de uma reforma dos estudos, começa-se a ministrar Gramática e Lógica. Todavia, a grande reforma do ensino, manifestou-se na transformação do ensino com a sua passagem para o público, o que até então era só para monges. Sabe-se que a partir do século XIII, o Mosteiro de Alcobaça se voltou para uma cultura universitária, vindo a ser precursor de uma nova Universidade.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_de_Cister
Ordem de Cister
Ordem de Cister (Ordo cisterciensis, O. Cist. ou Sacer ordo cisterciensis, s.o.c.), também conhecida como ordem cisterciense, é uma ordem monástica católica reformada.
http://www.mosteiroalcobaca.pt/pt/index.php?s=white&pid=211
Cister em Alcobaça
A criação de um plano cisterciense constituiu, na definição e distribuição das diversas edificações do Mosteiro de Alcobaça, um dos mais importantes factores de normalização dado que, com poucas e justificadas excepções, seria sempre semelhante em toda a cristandade.
As principais dependências do conjunto seriam a Igreja, com orientação definida tal como acontecia com as edificações medievais anteriores e o Claustro, o verdadeiro centro nevrálgico do mosteiro, geralmente localizado a sul do templo, sendo que em Alcobaça e por questões topográficas, se localiza a norte.
A referida orientação da Igreja significava o seu posicionamento num eixo poente-nascente, ficando a capela-mor virada para Oriente, ou seja, na direcção de Jerusalém e do túmulo de Cristo.